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INSTABILIDADE ROTULIANA

 

instabilidade da rótula

O que é?

Trata-se de um processo de instabilidade articular entre a rótula e a tróclea ( local do fémur que articula com a rótula ). É uma das perturbações biomecânicas mais frequentes da articulação do joelho na adolescência, que pode atingir ambos os joelhos, habitualmente em meninas na segunda década de vida.

 A característica mais marcante desta patologia, que varia com o grau de instabilidade, é a sensação de que “a rótula pode sair do sitio a qualquer momento”. Isto deve-se a uma inadequação anatómica tanto da articulação femuro-rotuliana como do aparelho extensor (músculo-tendinoso) do joelho.

A instabilidade rotuliana pode depender de diversos factores, entre os quais: a displasia da tróclea ou da rótula, a patela “ alta ”, o “genu valgo” e o “genu recurvatum”, a anteversão femoral excessiva, o enfraquecimento do músculo vasto interno, as alterações do ângulo Q do joelho. O valgismo e o ângulo Q aumentado, determinam na articulação femuro-rotuliana uma característica anatómica que favorece uma força de sub-luxação externa, em extensão e ou nos primeiros graus de flexão do joelho.

No joelho normal, a sub-luxação externa da rótula não ocorre precisamente devido á acção das estruturas musculo-ligamentares e capsulares internas, á força de estabilização da vertente externa da tróclea femoral, á ausência de anormalidade anatómica na inserção distal do tendão rotuliano.

 Na instabilidade rotuliana, este equilíbrio está sempre perdido, quer seja pela falta simplesmente de um, quer seja pela associação de mais de um destes factores.
A grande dificuldade desta patologia é conseguir identificar e actuar especificamente nos factores causais que geralmente são, a inadequada anatomia loco-regional.

A instabilidade rotuliana, situação patológica inequívoca, compreende vários quadros clínicos e anatomo-funcionais diferentes.

Aceita-se comumente a existência três formas de instabilidade.

A Instabilidade Rotuliana Major

Trata-se da forma mais grave de instabilidade, felizmente pouco frequente e é representada pelas luxações permanentes e habituais. Caracteriza-se por ser de grande incapacidade e limitação funcional.

A Instabilidade Rotuliana Objectiva

Trata-se da forma de instabilidade na qual o doente sofreu pelo menos um episódio clássico de luxação da rótula. Ela pode apresentar-se de duas maneiras. A luxação traumática, em que ocorreu apenas e ainda só um único episódio de luxação e a luxação recidivante em que já estiveram presentes vários episódios de luxação externa.

A Instabilidade Rotuliana Potencial

Trata-se da forma de instabilidade na qual jamais ocorreu algum episódio de luxação. Nestas situações as queixas do doente são relacionadas com a dor anterior e os episódios ocasionais de pseudo-bloqueios e ressaltos rotulianos. Aproximadamente 50% dos doentes portadores desta forma de instabilidade vivem com um quadro clinico discreto até por volta da quarta ou quinta décadas de vida, começando só então a desenvolver sintomatologia e motivada pela artrose femoro-rotuliana externa.