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AS FRACTURAS OSTEOPORÓTICAS DA ANCA

 

A osteoporose é uma doença caracterizada pela perda de cálcio nos ossos, que e por isso se tornam mais frágeis e vulneráveis, podendo sofrer fracturas com facilidade, que por vezes acontecem após traumatismos de pequena intensidade, como simples quedas ocasionais.

É particularmente frequente em idosos e muito especialmente no sexo feminino após a menopausa. A sua importância e custo social têm vindo a aumentar exponencialmente com o alargamento progressivo da duração média de vida e consequente aumento da população idosa. Este factor, evidente também no nosso país ao longo dos últimos vinte anos, é acrescido por certas mudanças de hábitos alimentares e de trabalho que concorrem para a diminuição do cálcio ósseo.

A fractura osteoporótica proximal do fémur, mais conhecida por fractura da anca ou do colo do fémur, tem uma mortalidade muito elevada e uma percentagem considerável dos sobreviventes fica profundamente incapacitada para o resto dos seus dias. Nos Estados Unidos da América foi demonstrado que uma em cada cinco mulheres sofre uma fractura do colo do fémur antes dos 75 anos de idade. Em Portugal, de acordo com estudos realizados há alguns anos na Universidade do Porto, ocorrem anualmente cerca de 3000 fracturas osteoporóticas do colo do fémur.

Na sequência do que anteriormente já se afirmou, importa reforçar a ideia de que as fracturas da anca são efectivamente as que originam maior incapacidade e morbilidade aos doentes, não só pela sua localização mas principalmente pela sua extensão.

As fracturas da anca têm hoje e salvo muito raras excepções, um tratamento que passa obrigatoriamente pela cirurgia.

As técnicas anestésicas de elevada segurança, associadas às técnicas cirúrgicas de reduzida agressividade e invasão local, bem como de comprovada efectividade, assim o permitem.

No nosso dia-a-dia de trabalho, este tipo de fracturas sempre que possível é sujeito a tratamento cirúrgico no próprio dia do acidente, desde que não se associem quaisquer contra-indicações de ordem geral relacionadas não directamente com a fractura. Este protocolo é decisivo pois que reduz com significado as complicações gerais ulteriores e os resultados locais são bastante mais favoráveis.

A variedade deste tipo de fracturas por sua vez também nos dita, diferentes modos de tratamento cirúrgico, pelo que numas situações procedemos à fixação dos fragmentos ósseos com placas, cavilhas e parafusos (osteosintese) e noutras levamos a efeito a aplicação de próteses parciais ou totais (artroplastia).

Complementarmente o tratamento destas fracturas melhorou substancialmente com o aparecimento há já alguns anos das máquinas de auto-transfusão sanguínea per-operatória, em particular as de 3ª geração, que vieram proporcionar um apoio decisivo ao cirurgião, pois que possibilitam a recuperação da maior parte do sangue que obrigatoriamente se perderia durante o acto operatório e consequentemente uma agressão geral para o doente bastante mais reduzida.

Em todas as atitudes cirúrgicas referidas, o objectivo é declaradamente conseguirmos a melhor estabilidade possível na zona da fractura, de modo a no mais curto espaço de tempo, proporcionarmos ao doente a devolução da sua função efectiva e o retorno à sua vida activa.