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MOSAICOPLASTIA DO JOELHO

 

mosaicoplastia

Auto-transplante de cartilagem

A doença da cartilagem no joelho afecta uma apreciável percentagem da população depois dos 40 anos. Pode no entanto apresentar-se em qualquer idade, até mesmo em jovens, que ao praticarem o seu desporto favorito, submetem os seus joelhos a traumatismos de elevada violência com a consequente deterioração da cartilagem.

No joelho normal, as extremidades dos ossos são cobertas pela cartilagem, que permite o deslizamento suave dos ossos e actua como uma almofada que absorve o impacto dos mesmos, durante a carga e o movimento.

No joelho a espessura da cartilagem pode atingir alguns milímetros, consoante a sua localização. Na rótula pode chegar a atingir os 8 mm.

A cartilagem é um património articular único, pois que a sua deterioração não tem alternativa para um processo viável de reparação.

Na doença da cartilagem, ocorre uma deterioração deste tecido, que perde a sua regularidade e plasticidade em variados gradientes, (estádios de condromalácea).

Estes estádios de compromisso da integridade da cartilagem, apresentam-se como alterações que vão desde o simples amolecimento, passando pela fissuração e fibrilação, até ao seu descolamento completo do osso subjacente, com desenvolvimento de verdadeiras crateras de dimensões variáveis, por vezes com alguns centímetros de superfície.

Há também alterações da integridade da cartilagem, decorrentes de traumatismos directos ou indirectos, com verdadeiras fracturas do tecido, evidenciadas por mais ou menos profundas soluções de continuidade.

Para estas lesões focais (crateras), bem delimitadas e pouco extensas, desenvolveu-se há já alguns anos uma técnica cirúrgica de reparação, designada por “mosaicoplastia“ e que consiste muito simplesmente no preenchimento dessas áreas desprovidas de cartilagem ou com cartilagem francamente deteriorada, por um transplante de cartilagem “saudável“ colhida em áreas da mesma articulação, mas não envolvidas no contacto articular estrito ou com submissão de carga.

Esta técnica cirúrgica requer muita precisão, não só na recolha da cartilagem a transplantar, de modo a não haver lesão da mesma, mas também na sua implantação, pois que a sua viabilidade pode ser comprometida.

Este desiderato é bem conseguido graças à utilização de um instrumental cirúrgico muito delicado e bastante preciso.

A “mosaicoplastia“ ao possibilitar a “pavimentação“, tal como numa “calçada de passeio á portuguesa“, de uma cratera articular, permite que se crie ao fim de algumas semanas uma nova superfície de cobertura, constituída por cartilagem e fibrocartilagem de aceitáveis qualidades plásticas e de efectividade duradoura.

Importa salientar que esta técnica, apesar de possibilitar a resolução de muitas situações clinicas, é muito electiva pois que para a sua utilização, cada caso clinico requer ser enquadrado em rigoroso protocolo pré-operatório de decisão terapêutica.

No estado actual da sua prática, apenas se desenvolve esta técnica em doentes com menos de 55 anos.