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AUTO-TRANSFUSÃO PER-OPERATÓRIA

 

C.A.T.S. Continuous Auto Transfusion System

Auto-transfusão ou transfusão autóloga é a designação do processo de reinfusão do sangue do próprio indivíduo (doente).

Os três principais procedimentos de auto-transfusão são: a flebotomia de pré-depósito, a hemoconcentração e a auto-transfusão per-operatória / pós-operatória.

No que diz respeito à flebotomia de pré-depósito, o sangue é colhido do doente antecipadamente, preservado e reservado durante algumas semanas e aplicado na ocasião da cirurgia electiva.

Na hemoconcentração o sangue do doente é geralmente diluído pré-operatóriamente com soluções coloidais ou cristalóides para expandir o seu volume e utilizado no acto cirúrgico.

O terceiro processo ou seja, a auto-transfusão per-operatória (durante a operação), consiste em recolher, preparar e utilizar o sangue do próprio doente, no decurso desse mesmo acto cirúrgico.

 

HISTÓRIA DA AUTO-TRANSFUSÃO

O uso de sangue autólogo (do próprio) para transfusão, já não é uma novidade.

No inicio de 1800, o Dr. Hohn Blundell foi um dos primeiros médicos a tentar a auto-transfusão em pacientes de obstetrícia, com grandes hemorragias pós parto.

Durante o século IXX, outros usaram a auto-transfusão com variados graus de sucesso em situações de amputações.

Por volta de 1940, foram identificados os vários tipos de sangue, levando a compreender a relação existente entre o tipo de sangue e as reacções à transfusão.

Pelo que as transfusões de dadores homólogos tornaram-se então possíveis e até aumentaram durante a segunda guerra mundial.

As transfusões de dadores passaram a ser executadas rotineiramente e a necessidade de auto-transfusão praticamente foi posta de parte.

Nos princípios dos anos 80, a crescente preocupação com as doenças transmitidas pelo sangue, tais como a hepatite e a SIDA, tem vindo a renovar drasticamente o interesse pelas transfusões de sangue autólogo.

 

VANTAGENS DA AUTO-TRANSFUSÃO PER-OPERATÓRIA

A propagação das doenças passíveis de transmissão pelas transfusões homólogas (dadores) é a principal razão pela qual os doentes solicita cada vez mais a auto-transfusão. Mais importante ainda será o facto da auto-transfusão não poder estar nunca associada a algumas raras, mas muitas vezes sérias, reacções à transfusão, que algumas vezes ocorrem com as transfusões homólogas.

Além do mais a qualidade do sangue autólogo é melhor, já que os níveis de 2,3 difosfoglicerato (2,3,DPG), substância envolvida na dissociação do oxigénio da hemoglobina, são sempre mais elevados do que no sangue homólogo preservado, pelo que o transporte e libertação de oxigénio nos eritrócitos autólogos é sempre maior.

Finalmente e com grande relevância, está o facto de os doentes com crenças religiosas que não lhes permitem receber transfusões dos bancos de sangue, poderem com toda a liberdade de consciência, aceitar a auto-transfusão per-operatória.

 

MÁQUINAS AUTOMÁTICAS DE PROCESSAMENTO CONTINUO DE SANGUE AUTÓLOGO

Estas máquinas sofisticadamente preparadas, utilizam o sangue aspirado em " real time ", das incisões operatórias e reciclam-no através de um processo de filtração, lavagem, centrifugação e finalmente de diluição, de modo a manter um valor de hematócrito constante (superior a 60 %). Este tratamento global é desenvolvido em poucos minutos, pelo que o sangue pode ser reinfundido quase de imediato, num período de tempo muito reduzido.

A " C.A.T.S. Continuous Auto Transfusion System " da FRESENIUS, que o DIARTRO dispõe, é a primeira máquina completamente automática a efectuar o processamento contínuo, sem interrupção do fluxo de sangue e independente do volume a ser processado. A "C.A.T.S." utiliza consumíveis de uso único, de circuito fechado, sem vedantes, eliminando assim por completo o risco de contaminação do sangue.

O DIARTRO, iniciou em Fevereiro de 1995, pela mão do cirurgião ortopédico Francisco Santos Silva e pela primeira vez em Portugal, a utilização deste tipo de auto-transfusão, nas artroplastias totais da anca e do joelho e ainda na cirurgia complexa da coluna vertebral.