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EPICONDILITE

 

epicondilite

A epicondilite ou ténis elbow é uma situação clinica que não aparece só em praticantes deste desporto.

Qualquer outra actividade com utilização repetitiva dos músculos extensores do punho e dedos, como no caso dos operários fabris, das secretárias, das tricotadeiras manuais, das donas de casa, dos trabalhadores rurais, pode dar origem ao aparecimento do chamado cotovelo do tenista. Neste processo não é propriamente a articulação do cotovelo que sofre a lesão. O uso repetido e com grande tensão, destes músculos do antebraço, que partem da face externa do cotovelo até ao punho e dedos, provoca lacerações minúsculas na área de inserção proximal dos mesmos na face externa do cotovelo ou seja no epicondilo.

 

QUAIS OS PRINCIPAIS SINTOMAS DA ELICONDILITE?

A epicondilite normalmente começa como uma ligeira impressão dolorosa, geralmente localizada na face externa do cotovelo e que se estende pelo terço proximal da face externa do antebraço. Se se continuar a usar o antebraço em sobrecarga repetitiva, a zona magoada torna-se bastante dolorosa quer no repouso quer ao toque e a dor pode irradiar para baixo, chegando por vezes quase até ao punho. Levantar qualquer coisa, especialmente com o antebraço estendido, torna-se muito doloroso e quase impossível, mesmo para pesos não muito elevados. Gestos como o de abrir a maçaneta de uma porta, tornam-se impossíveis.

Para se ter a certeza de que se trata efectivamente de epicondilite, o médico pode pedir ao doente para flectir o antebraço, em relação ao ombro, como para " fazer musculo " e depois endireitá-lo, em sentido externo, com a palma da mão virada para cima. Se existir um processo de epicondilite, surge dor logo que o antebraço se estica. Flectir o punho para cima, a partir desta posição, é igualmente doloroso.

 

O QUE PODEMOS FAZER PARA ANULAR A EPICONDILITE?

É importante parar de imediato a actividade e não a retomar até que a dor tenha desaparecido completamente. Isto pode muito frequentemente demorar várias semanas, mas no entanto o repouso é o melhor tratamento. Uma tala rígida para o punho, limitando a dorsiflecção e facilmente disponível no mercado, pode ajudar a manter em repouso os músculos lesados. Para além disso deve usar-se o antebraço magoado o menos possível e dar-lhe tempo suficiente para que se cure.

Para aliviar a dor, pode aplicar-se gelo na área magoada durante 20 minutos, pelo menos duas a três vezes por dia. Este procedimento deve ser feito durante vários dias seguidos e até haver melhoria com consistência. A massagem da zona magoada pode igualmente ser útil por aumentar a circulação sanguínea nos músculos lesionados. Tomar um anti-inflamatório não esteroide (apenas por indicação do ortopedista) reduz a dor e a tumefacção. Não infrequentemente poderá também haver a necessidade de se levar a efeito uma ou duas injecções na zona comprometida, com um anestésico local e com betametasona, já que os resultados são bastante duradouros. Lenta e cuidadosamente, deve então começar-se a fazerem-se pequenos exercícios para melhorar a força muscular.

Para evitar problemas futuros, deve considerar-se sempre a possibilidade de se ter lições com um professor para se melhorar a técnica, quando a lesão se relaciona com a prática de desporto (ténis), mas só depois da dor ter desaparecido completamente.

Os exercícios de reforço muscular aumentam a flexibilidade e a resistência dos músculos lesionados, mas devem ser imediatamente interrompidos quando fazem reaparecer a dor. Se isso não suceder, estes exercícios devem ser feitos regularmente.

Por vezes uma banda de compressão em velcro, colocada no antebraço imediatamente abaixo do cotovelo (três dedos), ajuda a proteger a inserção dos músculos epicondilianos, da grande tensão repetitiva, quando se reinicia o trabalho ou até mesmo a prática desportiva.

Nas situações recorrentes e ou refractárias ao tratamento médico conservador descrito, há necessidade de se recorrer ao tratamento cirúrgico.

Este desenvolve-se em ambiente de "cirurgia de dia", com utilização de anestesia loco-regional. A recuperação funcional, tem em média um período de 21 dias e os resultados definitivos são excelentes.

No entanto, antes de se tentarem tratar a si próprios, os doentes devem procurar um médico ortopedista, de modo a terem a certeza de que se trata de uma epicondilite e não de outra afecção.