“há ainda uma excessiva percentagem de doentes com gota, que tão pouco sabem que é uma doença crónica e que por isso necessita de regular suporte e controlo”. (Francisco Santos Silva)

Coimbra, Março 2011 - A gota ou artrite gotosa, é uma doença caracterizada pela deposição nas articulações, de uratos na forma de cristais, dando origem a um processo inflamatório agressivo e quase sempre muito doloroso.

Um recente estudo levado a efeito em Inglaterra, analisou os dados de 1.77.505 indivíduos com idades entre os 20 e os 89 anos, com o intuito de ficar a conhecer a incidência da gota e os seus factores de risco.

Em termos médios a incidência da gota no homem e por ano, apresentou-se com valores de 4.42 por mil e na mulher de 1.32 por mil. No total o valor foi de 2.68 indivíduos por mil cidadãos.

Este estudo permitiu concluir ainda que o risco de gota sofre um aumento com a idade, com o consumo de bebidas alcoólicas, com a obesidade e com a insuficiência renal.

Outro aspecto analisado centrou-se no tratamento da gota, com a revelação de que o mesmo não teve nos últimos anos, qualquer alteração de significado nos seus protocolos, para além de um aumento no uso da colchicina.

Reflectindo sobre estes dados e aproveitando a oportunidade, o responsável editorial deste magazine, preconiza que apesar da melhoria na educação da população e nos cuidados de saúde, há ainda bastante inefectividade na orientação da gota no nosso país, pelo que há necessidade de se desenvolver um pacote uniforme de procedimentos terapêuticos, de modo a logra-se reduzir a evolução natural desta doença e consequentemente as suas sequelas.

Francisco Santos Silva avisa que há ainda uma excessiva percentagem de doentes com gota, que não tem a mínima noção do que é a sua doença. “tão pouco sabem que é uma doença crónica e que por isso necessita de regular suporte e controlo”.