Genulândia - "Vivam os Joelhos"
 Página Principal > Magazine > Avaliação da auto-transfusão per-operatória em cirurgia ortopédica electiva.
Avaliação da auto-transfusão per-operatória em cirurgia ortopédica electiva.

 

18/10/2010

Francisco Santos Silva, cirurgião ortopédico, faz o balanço dos 14 anos da utilização da auto-transfusão per-operatória nos seus doentes e afirma estar convencido de que este procedimento é determinante para o futuro da cirurgia ortopédica.


Coimbra, Outubro 2010 –  Em Fevereiro de 1996, introduzimos, no Diartro, Instituto de Ortopedia e Prótese Articular, instituição sediada em Coimbra e cremos que pela primeira vez em Portugal, a auto-transfusão per-operatória, em cirurgia ortopédica. Fundamentalmente e desde o seu inicio, quase que apenas para apoio cirúrgico na realização da artroplastia total da anca nos nossos doentes, que é a actividade de maior impacto na nossa instituição esclarece o Dr. F. Santos Silva.
 
No final de catorze anos de experiência com este processo de transfusão de sangue, podemos considerar os resultados obtidos como excelentes, pois que na quase generalidade dos doentes em que utilizámos este procedimento, não tivemos quaisquer complicações per ou pós-operatórias e não houve necessidade em nenhum deles, de ulteriormente fazer qualquer transfusão de sangue homólogo complementar, pois que os valores de sangue autólogo recuperados durante cada intervenção cirúrgica e bem assim nas quatro a seis horas seguintes, foram muito significativos e de grande qualidade.

É importante referir ainda que acrescidos às vantagens médicas deste método, os custos despendidos para cada operação, que em média rondaram os cento e cinquenta euros, são bastante competitivos em relação aos das transfusões homólogas.

Acrescenta ainda e de modo peremptório Entendemos de que para este tipo de cirurgia – artroplastia total da anca - a necessidade de recorrer a sangue homólogo (de dadores), é absolutamente desnecessária na generalidade, em especial pela acessibilidade, pelo baixo índice de complicações, pela poupança de um tecido único que escasseia e até pelo razoável custo da realização da auto-transfusão per-operatória ".

Até hoje e com a escassez de sangue com que o Instituto Português do Sangue diariamente se diz confrontar, ainda não consegui entender porque é que o Ministério da Saúde através daquele instituto, não promove ou até impõe nas suas unidades hospitalares e nas privadas, a auto-transfusão! ”.

E termina não nos podemos esquecer que o sangue é um património de toda a humanidade e que quem o desperdiça ou negligencia a sua poupança, deve ser severamente responsabilizado.