AS TRANSFUSÕES SANGUÍNEAS EFECTUADAS NOS DOENTES, QUANDO SUBMETIDOS A ARTROPLASTIAS DO JOELHO E DA ANCA, AUMENTAM-LHE O RISCO DE INFECÇÃO

 Apesar da sua causa ser desconhecida, é um facto que a transfusão de produtos sanguíneos homólogos (de dadores), predispõe de modo geral os doentes para um aumento do risco de infecção.

Javad Parvizi, MD, FRCS do Rothman Institute of Orthopaedics, Philadelphia disponibilizou recentemente um artigo de opinião chamando a atenção para este importante aspecto.

Focando-se na área ortopédica em concreto, dá nota de que “o nível de risco é semelhante, quer seja para a cirurgia ortopédica programada, quer para toda a cirurgia traumatológica em regime de urgência”.

E acrescenta que “num estudo multicentrico levado a efeito com 9.482 doentes submetidos a cirurgia artroplástica do joelho e da anca, a taxa de infecção naqueles em que foi efectuada uma transfusão sanguínea homóloga foi de 7% e nos doentes em que não foi efectuada a administração de sangue de dadores, a taxa de infecção foi de apenas 3%,” ou seja menos de metade.

Trata-se pois de uma variabilidade tremendamente significativa e preocupante, possivelmente na dependência de um fenómeno designado por TRIM (transfision-induced immunomodulation).

Assim sendo e em conclusão afirma que “para reverter esta taxa tão comprometedora, a utilização pré-operatória de ferro endovenoso e ou eritropoietina poderá vir a ser uma das soluções, mas ainda se encontra numa fase de investigação clínica”.

Em alternativa Francisco Santos Silva, cirurgião ortopédico e pioneiro da auto-transfusão per-operatória em Portugal, diz-nos “ com base na nossa experiência de aproximadamente 16 anos “, a auto-transfusão quer seja de pré-depósito ou em particular a per-operatória (com recurso às máquinas de recuperação de eritrócitos, CATS), é sem dúvida um aliado de elevado potencial na redução da taxa desta grave complicação, que é a infecção de uma prótese.

Genulândia . " Vivam os Joelhos " (de newsletter)