Coimbra, 21 Setembro – A conhecida frequente falta de correlação entre as alterações morfológicas encontradas nas imagens radiológicas dos joelhos com artrose e o nível de dor experimentado pelos doentes, pode com grande probabilidade dever-se a um processo de sensibilização a nível do sistema nervoso central.

Este é o resultado de um estudo que investigadores da Universidade Johns Hopkins em Baltimor, anunciaram recentemente e que levaram a efeito num numero considerável de doentes, sendo 67% deles mulheres com a média de idade de 61 anos e com artrose nos joelhos.

Os registos dos testes sensoriais efectuados neste estudo, permitiram que se ficasse a saber que os doentes com níveis muito elevados de sintomatologia álgica dos seus joelhos, apesar de apresentarem nos exames radiológicos, mínimas alterações de natureza degenerativa da morfologia dos mesmos, evidenciavam níveis muito elevados de sensibilização à dor.

Por outro lado, os doentes com níveis muito reduzidos de sintomatologia álgica referida, mas com alterações degenerativas encontradas nos estudos radiológicos com bastante significado, os níveis de sensibilização à dor eram bastante baixos.

Na sua conclusão final, os autores sugerem que com bastante probabilidade, nos doentes que manifestam muitas dores nos seus joelhos, mas em que as alterações degenerativas são reduzidas ou de nível médio, há uma anomalia no processamento da dor a nível central.