Coimbra, 27 Março – O ranelato de estrôncio está actualmente licenciado para ser utilizado no tratamento da osteoporose em particular da mulher na menopausa.
No entanto um estudo recentemente apresentado, sugere que a sua utilização regular pode atrasar o avanço da artrose, assim como parece reduzir a dor articular e mesmo melhorar a mobilidade nesta doença degenerativa.

O referido estudo que envolveu 1683 indivíduos de ambos os sexos, com idades superiores a 50 anos, todos com o diagnóstico de artrose de um joelho pelo menos, prolongou-se por um período de três anos e com os doentes divididos em três séries (uns fizeram a toma de 1 gr,, outros de 2 gr.. e outros de um placebo).

Nos indivíduos que efectuaram a toma do ranelato, os cientistas verificaram que em termos médios, houve uma redução de 1/3 na deterioração da cartilagem, ou seja, por cada três anos de tratamento, a doença abrandou a sua evolução em cerca de um ano.

Face aos resultados obtidos o investigador responsável, o professor Cyrus Cooper da Universidade de Southampton, entende que na sequência deste estudo há a possibilidade de pela primeira vez se ter conseguido obter um agente terapêutico que permite limitar a evolução da doença, em vez de só lhe minimizar a sintomatologia.

Para Francisco Santos Silva, director clínico da Diartro e ortopedista envolvido com o tratamento da artrose há largos anos, este estudo é francamente prometedor, no entanto avisa de que há necessidade de se levarem a efeito mais estudos, com rigorosos controlos e por períodos mais dilatados. Lembra também que e de acordo com o estudo divulgado, este tratamento apenas retarda, que não recupera as áreas com doença efectiva.