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É importante ponderar-se na criança ou no jovem com lombalgia a realização de uma Tac

 

07/11/2011
lombalgia na criança

Coimbra, 07 Novembro – A maior parte das situações de lombalgia na criança deve ter uma abordagem sempre que possivel mais conservadora, pelo que não há necessidade de se levar a efeito de modo sistemático e obrigatoriamente, estudos imagiológicos emissores de níveis elevados de radiação, como a Tac ou mesmo o Rx.

Esta é a posição de um grupo de investigadores do Children´s Hospital of Philadelphia, recentemente tornada pública e na sequência de um estudo realizado naquele hospital, durante oito anos consecutivos, com envolvimento de 2846 jovens com idades entre os 10 e os 19 anos.

Neste conjunto de jovens, apenas 9.6 por cento apresentaram patologia congénita justificadora da lombalgia e nestas situações, o diagnóstico foi estabelecido em 86 por cento, apenas com o recurso a um estudo radiológico normal.

Ainda e em relação ao estudo radiográfico normal, estes investigadores chegaram à conclusão de que o diagnóstico foi estabelecido em todos eles, independentemente da utilização de duas ou quatro incidências do Rx.

Assim e dado o facto de que quer o Rx mas sobretudo a Tac emitem muita radiação, a solicitação e realização deste tipo de exames, deve ser muito bem ponderada nas crianças.

Uma criança absorve muito mais a radiação do que um adulto e o seu metabolismo é bastante mais elevado, pelo que sendo a radiação acumulativa, quaisquer destes exames centrados à coluna lombar e bacia, vão expor os ovários, a bexiga e o cólon a doses potencialmente perigosas.

Em termos de mensagem o investigador responsável, o Dr. Denis Drummond, afirma “tentem e tratem a lombalgia do jovem apenas de modo conservador”

Em comentário a este estudo, Francisco Santos Silva lembra que na maior parte das vezes, os referidos exames acabam por ser efectuados por uma forte pressão ou até inclusivamente quase por imposição dos pais, que raramente se conseguem dissuadir, mesmo depois de devidamente esclarecidos sobre os riscos.