Coimbra, 03 Outubro – O conhecido anti-inflamatório e analgésico diclofenac, foi recentemente dado como estando na origem de um aumento significativo do risco de infarto do miocárdio e de acidente vascular cerebral (AVC), mesmo quando utilizado pelos pacientes, em doses disponíveis sem necessidade de prescrição médica.

Esta é a conclusão apresentada no jornal "Plos Medicine" por Investigadores da Hull York Medical School em Inglaterra e do Institute for Clinical Evaluative Sciences no Canadá, que analisaram 51 estudos clínicos que envolveram mais de 2.7 milhões de doentes consumidores de anti-inflamatórios não esteroides, para alivio de dores em situações clínicas como a artrose, a lombalgia e a gota.

Neste estudo de avaliação, os seus autores chegaram à conclusão de que os doentes que utilizaram o diclofenac, apresentaram um valor 40 vezes superior para o infarto do miocárdio ou para o AVC, do que aqueles que não utilizaram o mesmo medicamento para alivio das suas dores.

Concluíram também que dada a consistência dos estudos clínicos analisados e a dimensão da população dos mesmos, que os resultados são suficientemente válidos para se tomarem decisões reguladoras e clínicas.

Comentando estes recentes resultados, Francisco Santos Silva lembra que já há algum tempo tem vindo a indicar o naproxeno como o anti-inflamatório não esteroide, com a mais conhecida reduzida associação a risco cardiovascular, embora proponha aos seus doentes o uso de paracetamol, para alivio da sua sintomatologia dolorosa articular e justa-articular.